terça-feira, 30 de junho de 2009

Menino Simples

Sou simples e caminhante entre amigos,
Tenho sábados tristes e felizes,
O café é minha fuga da realidade ébria,
Não tenho medo de chorar ou correr nu na beira do mar,
Às vezes sou corrompido, mas em muitas ocasiões
Meu papel é ser o vilão da história dos outros,
Meus olhos ardem sem meus óculos,
Dessa forma nem consigo ler o que escrevo agora,
Mas é obvio entender o complexo,
Como os dias e as noites, tudo passa ritualisticamente,
Minha cabeça dói quando todos mentem,
Então entendo minha hipocrisia por julgar,
Afinal sei que já menti também,
Nesta hora a dor se vai, se extingue completamente,
Preciso de atenção por não saber de mim mesmo,
Nem me lembro de minha primeira vez,
Qual era o nome mesmo daquela garota?
As doses exageradas me atrapalharam me fazendo esquecer...
Mas mesmo assim, depois de tantas comparações
Com o que acontece no mundo sei que não serei perfeito,
Sendo assim, mesmo com medo digo que tudo está bem,
Agora, neste exato momento quero esquecer,
Quero esquecer os problemas do mundo,
Amanhã falaremos do que você quiser,
Amanhã falaremos do meio ambiente, da corrupção
E da paz mundial e também daquela pessoa chata,
Neste momento, por favor, me leve pra diversão boêmia,
Se você não for irei sozinho e dançarei todos os ritmos
De mil maneiras diferentes,
Não tenho planos concretos e nem apresento idéias geniais pra essa noite,
Ainda não sei quem será a garota de sorte que me dará o primeiro beijo,
E se será a mesma que acordará em meus braços na próxima manhã,
E quem disse que quero saber!
Quem disse que quero certezas!
Só quero um sorriso bobo e sem vergonha...
E após todas as loucuras juvenis serem feitas
Voltarei para beira do mar, para minha vida comum e sem graça,
Mas cheia de graça, e então gritarei bem alto após a onda me acertar,
Que simplesmente... Quero amar e ser muito feliz!

O Matador

Caminhou por ruas estreitas sozinho
Em meio ao frio pecaminoso de seus atos,
Não foi escravo de suas dores e nem senhor de seus desejos,
Atirou-se de corpo e abraçou com o espírito
E por isso foi ferido pelos tiros do matador,
Perfurado, sangrou no asfalto dos tolos e ladrões de sonhos,
Com espanto, olhou nos olhos do matador cego,
Gritou... Arrastou-se e bebeu seu próprio sangue,
O matador nada viu ou sentiu,
Apenas apertou o velho gatilho novamente,
Selou a dor física e congelou as traições sem um final feliz,
Ninguém os viu,
Não houve testemunhas humanas,
Também não existiu culpa,
O matador cego de paixão,
Tinha atirado por amor,
Sua honra fora lavada com sangue de irmão.