sexta-feira, 18 de junho de 2010

A Verdadeira Beleza

- A verdadeira beleza somente pode ser vista por pessoas iluminadas. Nem tudo é o que aparenta ser.
Essa era a ideia apresentada naquela tarde no litoral norte paulista.
- Minha querida jovem. Disse o sábio.
A jovem que estava sentada em uma velha embarcação olhando o mar, voltou os olhos para seu interlocutor. Agora que tinha a atenção da menina, o homem continuo:
- Olhe, observe o lindo bailar das gaivotas sobre as águas. Você é capaz de identificar a maravilha além dessa bela imagem?
Durante alguns minutos a menina dedicou-se a decifrar aquele enigma, afinal não queria decepcionar o sábio homem. Porém era impossível para jovem, ver através da paisagem, dessa forma, com tristeza no olhar virou-se para o homem e disse:
- Lamento, mas ainda não consigo ver o invisível, não sei qual é a maravilha que existe além da imagem.
O sábio sorriu sem muita expressão, sem seguida explicou para sua discípula com a simplicidade dos grandes homens, ele falou a ela sobre a beleza além da beleza.
- Minha filha é sabido que nem todos estão totalmente vivos. Para ver a maravilha além de toda essa beleza, é preciso estar totalmente vivo, dessa forma é possível sentir, ver e compartilhar. Você por acaso, consegue imaginar a beleza, sem a maravilha do olhar de um observador, a sensibilidade de um compositor e a destreza do artista? Geralmente, assim que aparece a primeira oportunidade afogamos nossos observadores, compositores e artistas no oceano da vida. Consequentemente sem nossa essência muitas coisas se tornam invisíveis.
Após as palavras do sábio, a menina fitou os cabelos e levantou uma questão:
- Mas mestre, e os homens simples? Aqueles que não têm os ouvidos do compositor, a destreza do artista e o olhar do observador?
O mestre agradeceu a jovem pela perspicácia da questão. Sem dúvida, o aprendizado estava sendo produtivo, agora o mestre tinha um sentimento terno de felicidade, a menina estava fazendo as perguntas certas. Além disso, o questionamento em sua visão, era uma manifestação de interesse.
Com grande amabilidade o homem iniciou um novo discurso:
- Surpreendente menina, fizera uma pergunta sábia com simples palavras. Se observar bem, os homens são grandes sábios, mas nem sempre têm consciência disso. O homem que têm a vida humilde muitas vezes é um lago cheio de talentos. Mas nem sempre suas habilidades são focadas em áreas que desenvolvam ao máximo de seu dom.
A menina refletiu sobre as palavras que ouviu, em seguida pediu ao homem alguns exemplos. Sem excitar, o mestre continuou:
- Minha jovem, você consegue imaginar três pessoas humildes, com empregos comuns e vidas aparentemente normais?
- Sim. Rapidamente, disse a menina.
Então o mestre pediu a ela, que descrevesse sucintamente, as atividades daquelas pessoas.
Em seguida ela descreveu resumidamente as ocupações das respectivas pessoas:
- João Pedro é uma padeiro, mora de aluguel com a família em uma região rural da cidade. Natália é vendedora comercial, estuda a noite e divide um apartamento com Cristina, esta que por sua vez, é cobradora de ônibus e veio do interior de minas.
O mestre prestou atenção nas palavras da jovem, assim que ela terminou o discurso, ele inspirou o ar oceânico, em seguida após uma pausa, falou pausadamente sobre os exemplos citados pela menina:
- João Pedro, Natália e Cristina. Belos nomes, pessoas julgadas simples e comuns por você, mas afinal o que vêm a ser pessoas simples e comuns?
Era uma pergunta retórica, ela sábia disso, sendo assim, aguardou as próximas palavras do mestre.
- A simplicidade, é uma palavra complexa! Ainda nos tempos de hoje, ser simples é confundido com ser dotado de pouco conhecimento e inabilidade.
Comum para grande parte da sociedade é aquela pessoa, sem criatividade, alguém chato e "sem sal". Mas voltando na questão inicial, sobre ver o invisível, fazendo um analogia com as pessoas descritas por você, é fato que o simples e o comum são altamente complexos.
- Na correria do dia - a - dia, o homem tornou-se exigido em vários campos sociais. Pessoas que não se enquadram nesse padrão são automaticamente excluídas, isso é a chamada exclusão social. A grande massa populacional, guiada com grande habilidade pelas mídias diversas, esses homens e mulheres, que têm empregos similares aos de Natália, Cristina e João Pedro, são comuns. A força de imagens e palavras são intensas e violentas, de uma maneira tão avassaladora que as pessoas citadas por você acabam por acreditar que podem fazer além de trabalharem em empregos que são bem diferentes daqueles que um dia sonharam. Talvez o sonho de Natália, Cristina e João sejam viver exatamente como estão vivendo, com empregos e vidas que dão-lhes plena satisfação, mas observando as pessoas ao longo de vários anos, não posso crer que isso seja a verdade na vida dessas pessoas no momento.
A menina parecia compreender cada palavra dita pelo sábio homem, a cada verso ela revelava através de gestos físicos, acompanhado por olhares interessados, concordância com o mestre. então de repente, assim que ele terminou a frase, ela disse:
- Agora entendo tudo mestre, consigo ver o que vêm a ser a maravilha invisível. Posso entender, que as pessoas capazes de além da imagem, são aquelas que não esqueceram, ou destruíram a essência de sua simplicidade. Ver o invisível é ter a capacidade de conspirar junto a todas as forças do bem para realizar seus sonhos, no sentido de acreditar que vivemos para viver nossos sonhos, mesmo que ele esteja, além de nossa visão humana.
O mestre estava satisfeito, finalmente a jovem Maria tinha compreendido. Em seguida ele concluiu o pensamento da menina:
- Dessa forma, mesmo considerados pessoas comuns, as os três exemplos citados por você, caso estejam vivendo seus sonhos, mesmo que ainda não materializados em nosso mundo físico, todos eles possuem a habilidade de ver a maravilha da beleza além do visível.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Dez Minutos

Você têm dez minutos
Dez minutos para transformar
Transformar a minha vida

Cansei, chorei e sofri
A felicidade ainda não conheci
E me vêm com essas agora

Ora, ora...
Não sou mau
Mas se falhar não me amola, nem me enrola

Têm mil a minha espera
Não sou de se jogar fora
Já dizia o conto da raposa e das amoras

Mas se não conseguir lhe peço
Lhe peço que vá embora
Que caía fora

E não olhe para trás
Nem tente nada piegas
Seja fugaz, e não me aborreça mais.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Meu Pensamento

E lá vai meu pensamento

Ele insiste em acompanhar o vento

Sem lenço, e sem documento

Ah pensamento ingrato

As vezes bom, mas muitas vezes chato

Se eu fosse maior que ti

Lhe dava um sopapo

Mas isso de ganhar de pensamento

Nem sempre é um fato ou um ato

Sendo assim me conformo

E te dou a torcer meu braço

Me rendo, mas nem pense meu caro!

Nem pense em me colocar no buraco

Pois se eu cair você será o primeiro culpado

Culpado, julgado e condenado.