terça-feira, 16 de junho de 2009

A Pseudo Justo Social

O susto de não se ver,
A ânsia do não tocar em si,
As facetas por não poder ir e vir,

Agrilhoada nos seus medos,
Preza a sua crença de culpa,
Nada ela pode fazer,
Pois no espelho a uma forasteira,

Nunca se viu,
Jamais se tocou,
Está preza aos laços da pueril correnteza,

O receio do purgatório,
A torna agônica e inacessível,
O desdenhar dos outros a deixa próxima a seus temores,
Nada há de puro na sua exceção,

Mulher que mata a vaidade,
Senhora mutiladora de desejos da carne,
E desdenhadora do ser do quer ser,

Não há fuga em suas expressões,
Muito menos verdade em seus atos,
Quando julga outra teme a si própria,
Afinal lhe falta coragem de seguir sua natureza,

Mas após o banho e a refeição,
No frio da noite,
No quarto escuro tudo vêm à tona,

Não há verdades ou mentiras para confortá-la,
Afinal nessa hora a pseudo justo social é escravo da consciência,
Sendo assim, tudo vêm e a mascara cai,
Lágrimas são testemunhas salgadas de sua solidão cotidiana.