sábado, 14 de julho de 2012

Um da Silva


No alto da montanha observo o crescimento da selva de pedras, porém agora tudo parece subir, penso qual será o desejo vertical dos homens, o que querem provar, talvez o mundo não seja o bastante. A insatisfação de nós, seres pensantes parece ser a chave, para o bem e para o mal, é difícil acreditar que possamos encontrar uma felicidade tão grande quanto aquelas que nos vendem por goela abaixo. O vento que toca meu rosto ainda parece puro, pelo menos aqui entre a relva, já entre os arranha céus, veículos e fábricas talvez seja diferente, talvez seja mais evoluído como dizem os pseudo-contemporâneos. Ouço o cantar dos pássaros de carne e também das aves de aço, o mundo é difícil de ser compreendido, tudo parece ser um eterno questionamento, por hora apenas continuo a imaginar, pensar sobre isso, sobre aquilo. São muitas coisas envolvidas, acordamos entramos em nossa rotina diária e dormimos. Qual o propósito de tudo isso, muitos dizem saber, mas pra mim não parece convincente, não creio que os homens possam ter a resposta sobre algo tão complexo como a vida. Sei bem que para alguns sou rotulado como cético, mas duvidar também não é acreditar em algo? Bem agora devo ir, estão me chamando, o almoço deve estar pronto, ouço uma voz longínqua gritar, como um bom ser social devo voltar a rotina, ainda não quero ser considerado louco, afinal os pobres são loucos e os ricos excêntricos, e estou por enquanto na categoria dos desprovidos de riquezas materiais, e me resta auto rotular-me uma pessoa de pensamentos excêntricos, sem esquecer de ser sempre um da Silva.