quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Coma

Sinto cheiro de hospital

Mas não penso

Estou paralisado

Meu corpo é pedra

E minha mente é nula

Estou em coma profundo

E nem sei por quê

Escuto vozes

Mas de quem?

O que dizem?

Parece com a voz de um familiar

Não estou processando

Onde estou mesmo?

Não sinto medo

Nada consegue me fazer temer

Que estado estranho

Será que é uma fase da morte?

Quanto tempo eu tenho?

Será que vou despertar agora?

Talvez demore anos!

Quem sabe a vida toda!

Estou vulnerável os meus inimigos

Sou alvo morto porém vivo

Meu coma é contraditório

Porque às vezes tenho lampejos

E outras vezes nada sou

Além de um peso imóvel

Que ouve e senti odores

Mas nada faz pra se comunicar

Porém o que importa

Nada posso fazer

A não ser estar aqui