segunda-feira, 20 de julho de 2009

Lábios

Ela está deslumbrante e seus lábios de dama me atraem,
Tão esplêndidos os detalhes que entorpecem meu olhar,
Seus lábios com os dentes o apertando, tornam-se distintos e volumosos,
No auge de meus desejos confesso que prefiro vermelhos e rosados,
Mas agora estou em cheque pelos amorenados que se revelaram,
Hoje não vivo sem a boca da dona de tão lindos e atraentes lábios,
Lábios que foram minuciosamente pintados para serem beijados,
Foram perpetrados para sempre amados por horas seculares,
A veleidade do brilho molhado é a crueldade que me fez e faz feliz,
A cobiça da saliva doce e quente me faz pecador até em meus pensamentos,

Sem remorsos momentâneos adoro morder seus lábios,
Lado a lado com carinho perverso os transformo em meus,
Posso mastigá-los com apego vagaroso e excitá-los mesmo sem minha presença,
Você minha dona e também dos olhos que me fitam com soslaios na multidão,
Saiba que novamente quero tomar seus lábios com a língua que os ensoparam,
Sua delicadeza e vaidade elevam o gosto das intimidades bem cuidadas,
Hoje a vejo como a própria Afrodite materializada em meus profícuos sonhos,
Também posso vê-la como as ninfas que correm nuas pelos bosques gregos,

Às vezes no auge de minha libertinagem te ligo aos meus luxos e luxurias,
Tocá-la, penetrá-la e desejá-la várias vezes instintiva e animalescamente,
Venerá-la como se você fosse uma felina louca por fornicações e perversões,
Esquecer da dama e senhora distinta e tratá-la como um objeto de deleite,
Sei que não se devem machucar os lábios e nem suas donas,
Deve-se oscular e amá-los loucamente e apaixonadamente,
Mas tenho fantasias e sei que entrar nos lábios é caminhar no paraíso,
E sair dos lábios é voltar do Éden.