sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Massacre em Realengo

O sopro das balas
Apagam os sonhos
Destrõem...

O sopro das balas
Apagaram os sonhos
A fúria das balas
Destruiram os caminhos

Há um rio de lágrimas em um Rio de esperanças
Há um rio de sangue em um Rio de belezas

Então me diz:
Afinal, qual é a explicação
Não somos loucos!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Aiyra



Das belezas, vocês são minhas
Mesmo após vidas e mortes
Ausente, estaremos juntos
Mesmo sem saber, mesmo sem querer

Porém devo ser e não ser
Aos seus olhos sou virtudes
Meus erros são ocultos
E os acertos são constantes

É difícil ser o baluarte
Devido a isso me questiono
Assim consigo ser firme
Sei que precisam de um anjo

Então recebam minha afeição
Não pelo sangue, pelo amar

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O Sangue de Iris


No convento a janela de um aposento abriu misteriosamente, com um vento frio e envolvente as dobradiças não resistiram, a velha janela começou a balançar e golpear a parede; tudo era apenas um preparativo para atraí-la. E dentro de poucos segundos a vida de Iris seria transformada. Trazido pelo ar frio do inverno europeu, um som hipnotizante entrou suavemente pelos ouvidos da jovem, que com um leve movimento se ergueu e ficou de pé, ela acordou de um sono pesado e entrou em um fascínio cego, caminhou lentamente em direção a velha janela de mogno, saltou com destreza e caminhou em direção ao jardim, com passos de anjo em meio ao gramado bem aparado, caminhou deixando a barra branca de cetim de sua camisola tocar a relva, de olhos fechados como os sonâmbulos ela chegou até ele, sentado com postura tranquila e serena o estranho aguardava a jovem. Aquele homem controlava cada movimento da linda moça com seu poder assustador e apaixonante, quando ela se aproximou dele foi despertada parcialmente, e como se o conhecesse a muitas vidas atirou-se em seus braços Nos braços do predador tudo parecia apaixonante, ela se despiu sem nenhum pudor, não parecia à donzela que frequentava a capela do convento e feria o joelho durante suas longas preces; Como uma garota que nunca conheceu um homem poderia fazer isso?
Com a habilidade de uma meretriz entrelaçou-se ao corpo do forasteiro e deixou escapar gemidos discretos, e sem nenhum pudor ela a no assento de mármore do jardim do cenóbio. Antes de deixá-la partir provou o sangue de seus seios, mas com extrema sensualidade após beber do vitae da jovem, passou levemente sua língua no ferimento causado pela mordida e com isso cicatrizou misticamente as marcas deixadas pelos seus caninos.
A majestosa de camisola simples novamente foi conduzida hipnoticamente ao quarto, saltou novamente a janela de seu aposento, caminhou até a cama e deitou-se entre os lençóis e cobertores; outra vez a jovem estava no leito sagrado.
Quando a bela Iris acordar saberá que durante a noite mitológica de lua cheia, morcegos e lobos nem sempre são reais, a cada uivo ou bater de asas poderá existir um suspiro de medo e no próximo solstício ela não será o somente a beleza, será também o medo.

domingo, 9 de outubro de 2011

Senhorita Falsere


Afinal qual seu compasso moral?
Por que acredita que exista um?
E se existe, me explique!
Mas por favor, não seja arrogante.
Não seja pedante, nem me obrigue a fingir
Já tive experiências com sua pseudo-inteligência,
Não suportaria sua mentira verdadeira,
Então calma garota.
Não quero me destemperar,
Ainda mais na véspera da felicidade.
Quando ousar em ousar, lembra de anteontem,
Ai sim, você talvez aprenda algo sobre a vida.
Deixo claro e assinado que sua moral virginal,
Em meu mundo não têm valor algum,
A não ser para os tolos e inglórios
Então meu amor, não me faça sarcasmos
Então querida, não me faça sorrir
Afinal, esse sorriso seria politicamente cínico.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

ARCANO


Uma pequena sonolência
Faz-me entender o inteligível

Uma pequena sonolência
Faz-me despertar o hedonismo

O sustentáculo das dúvidas me faz pedra
Eu sou o meu próprio baluarte perante tudo e todos
Por isso me tratam como um arcano

O senso comum já não me tem como membro
Eu sou uma das premissas de minha definição
Por isso minha maior certeza se chama dúvida

Não quero ser o fim do pressuposto

Não quero ser o paradigma transcendental

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Fluído


O rio passou novamente
Não há possibilidades de uma nova nascente
Nem mesmo as pedras são as mesmas
Nem mesmo as águas são as mesmas
Não há possibilidade de uma nova vida
O nosso rio passou para sempre querida...

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A Humana

A humana, tão nobre

Sensível, encanta...


A humana, que chora

Triste, engana...

A humana, tão virgem

Pura, branda...

A humana, talvez!

Quem sabe!

A humana, sozinha na cama

Acompanhada sem dramas, com chamas

A humana, tão feia

Chata, sem graça, sem fama

A humana, complexa

Antiga, contemporânea

A humana é humana...

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Id

Você foi o leito vital

Foi diferente

Sem saber já sabia

Sem querer já queria


Você é a casa no lago...

É verdadeiro

Seu amor inspirado

Seu amar ofuscado


Você será o meu tempo...

Será pra sempre

A jovem do poema

A mulher da canção

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Efígie (imagem)

Apenas uma passagem

Uma ilusão não

Na verdade o transitar em nossa viagem


Olhos claros e olhares castanhos

Falantes, caladas e todas intrigantes

Algumas amantes outras amigas


Confesso me confundir

Admito querer às vezes sentir

Sonhei sim com a monotonia do construir


Mas sempre é apenas uma miragem

Uma realidade não

Na verdade o esperançar de uma imagem

terça-feira, 31 de maio de 2011

Escravo Virtual

Muitas coisas me irritam

Meus olhos queimam

Meus ossos doem

Mas não tanto quando

Presencio a ignorância e submissão a máquina

Nessas horas tortuosas

Grito e sangro minha alma


O homem escravo de sua criação

O homem patético, podre e sem percepção


Desculpe-me, mas não posso conviver com isso

É um insulto a minha condição humana

Nem mesmo na hora do jantar extingue-se vício maldito e insensato

Como alguém pode viver assim?

Eu desprezo essa forma de não viver

O espírito tornou-se um jarro vazio

Afinal o que vale a pena?!

Que merda é essa?!


Acorda escravo do teclado, você está apodrecendo!

Acorda escravo virtual, você está morrendo!

terça-feira, 10 de maio de 2011

Tolo

Às vezes me pego pensando em você

Nessas horas me sinto um tolo

Às vezes sonho com seus beijos

Nesses momentos vou ao paraíso


Afinal não ouso mais negar você

Afinal sou tão louco quanto os normais


Amor começa com lágrimas

Ao menos eu aprendi dessa forma

Amor termina sem fim

Ao menos eu acredito nisso


Ainda sem você ouço minha canção preferida

Ainda distante penso nos momentos que não tivemos

Às vezes me pego com você em meus pecados

Às vezes preciso sonhar com você...


Afinal querida, sou um tolo confesso

Ainda sem expectativa de não ter perspectiva

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Amar

Seria fácil mentir

Trair é algo possível

Difícil mesmo é amar...

Ainda mais sem conhecer o amor

Sem saber o que é esse sentimento...

terça-feira, 26 de abril de 2011

Olhos e Olhar


Que belos olhos

Quanta ingenuidade

Isso não é comum

Seu olhar está em extinção

Preciso preservá-lo

É tão belo quanto sua alma.

domingo, 3 de abril de 2011

TEMPO?

Afinal o que é o tempo?

Este que constrói e destrói.

Talvez nada seja tão complexo quanto ele

Talvez tudo seja resumido ao tempo


Com ele tudo é passageiro

O choro e os sorrisos,

A chuva e o sol,

A noite e o dia


Até mesmo o tempo passa com o tempo

Afinal o que seria da vida sem ele

Talvez não fosse vida

Talvez nada fôssemos...

quinta-feira, 24 de março de 2011

Ontem Lado B

Ontem menti pra alguém especial

Ontem trai meu reflexo patético

Ontem fui um cara complexo


Hoje sou apenas alguém simples

Hoje acordei e dormi

Hoje caminhei e sentei


Amanhã ainda não sei

Amanhã quem sabe

Amanhã talvez

terça-feira, 15 de março de 2011

Ontem Lado A

Ontem fui ao inferno,

Provei da minha ira,

Senti minha dor,

Paguei pelo erro,

Mas ainda estou aqui,

Um pouco infeliz,

Porém com os pés livres,

Preparados para um novo tentar.


O ontem será anteontem,

Depois semana passada,

Ano passado,

E um dia o ontem

Será apenas um passado distante,

E aquele inferno será apenas

Uma experiência ruim,

E sem dúvida, vamos sorrir

Sorrir muito pelas nossas besteiras juvenis.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Dia de Ninguém

Ah como eu queria,

Que existisse um dia,

Um dia daqueles que me faz esquecer de tudo e de todos,

Um dia de ninguém,

Seria como uma viagem de trem em uma linha infinita,

Sem tempo, sem documento, sem responsabilidade, sem nada e sem tudo.

Ah como eu queria,

Que hoje fosse este dia,

Um dia de sol, de frio e de chuva,

Seria louco, ousado e diferente

Um dia sem gravidade, sem enfermidades, sem males e sem fraquezas.

Ah como eu queria

Ah como eu quero

Um dia, só um dia, um dia de ninguém

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Poesia para loucos




Socorro espelho, meu ajude um pouco

Talvez esteja bêbado

Drogado ou meio louco

Acho que louco!

Mas louco não sabe que é louco

Ou não seria louco, ou apenas talvez?!

Socorro espelho, me magoe mais um pouco

Talvez eu mate seu rosto

Que rosto, qual deles o verdadeiro ou o outro?!

Ou deveria sacrificar aquele revelado a pouco?!

Ah sei lá, confuso isso!

Eu nem lembro meu nome, e isso importa?!

Nem sei o que leio ou escrevo!

Não sei se sou letra ou número!

Ontem fui vampiro

Hoje lobisomem

Amanhã talvez apenas lobo, tolo e louco

Uma menino me disse certo dia

Eu também posso matar

E ele atirou

Apenas gritei, que porra é essa garoto!

sábado, 8 de janeiro de 2011

Olá querida

Olá querida,

Talvez um sorriso, talvez um abraço

Quem sabe um beijo, quem sabe...


Olá querida,

Bom dia vida, bom dia amor

Boa noite, até logo, até...


Olá querida,

Tudo bem? Como vai você?

Seus olhos estão apagados, seu sorriso escondido.


Olá querida,

Esta confusa! Eu compreendo!

Eu sempre entendo você. Mas e você me entende?!


Olá querida,

Sou fraco com amores,

Sou forte apenas com paixões.


Olá querida,

Quando será nossa despedida?

Uma despedida sem início, meio e fim...


Olá querida,

Talvez hoje, talvez amanhã, talvez...

Talvez nunca aconteça!