sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O Sangue de Iris


No convento a janela de um aposento abriu misteriosamente, com um vento frio e envolvente as dobradiças não resistiram, a velha janela começou a balançar e golpear a parede; tudo era apenas um preparativo para atraí-la. E dentro de poucos segundos a vida de Iris seria transformada. Trazido pelo ar frio do inverno europeu, um som hipnotizante entrou suavemente pelos ouvidos da jovem, que com um leve movimento se ergueu e ficou de pé, ela acordou de um sono pesado e entrou em um fascínio cego, caminhou lentamente em direção a velha janela de mogno, saltou com destreza e caminhou em direção ao jardim, com passos de anjo em meio ao gramado bem aparado, caminhou deixando a barra branca de cetim de sua camisola tocar a relva, de olhos fechados como os sonâmbulos ela chegou até ele, sentado com postura tranquila e serena o estranho aguardava a jovem. Aquele homem controlava cada movimento da linda moça com seu poder assustador e apaixonante, quando ela se aproximou dele foi despertada parcialmente, e como se o conhecesse a muitas vidas atirou-se em seus braços Nos braços do predador tudo parecia apaixonante, ela se despiu sem nenhum pudor, não parecia à donzela que frequentava a capela do convento e feria o joelho durante suas longas preces; Como uma garota que nunca conheceu um homem poderia fazer isso?
Com a habilidade de uma meretriz entrelaçou-se ao corpo do forasteiro e deixou escapar gemidos discretos, e sem nenhum pudor ela a no assento de mármore do jardim do cenóbio. Antes de deixá-la partir provou o sangue de seus seios, mas com extrema sensualidade após beber do vitae da jovem, passou levemente sua língua no ferimento causado pela mordida e com isso cicatrizou misticamente as marcas deixadas pelos seus caninos.
A majestosa de camisola simples novamente foi conduzida hipnoticamente ao quarto, saltou novamente a janela de seu aposento, caminhou até a cama e deitou-se entre os lençóis e cobertores; outra vez a jovem estava no leito sagrado.
Quando a bela Iris acordar saberá que durante a noite mitológica de lua cheia, morcegos e lobos nem sempre são reais, a cada uivo ou bater de asas poderá existir um suspiro de medo e no próximo solstício ela não será o somente a beleza, será também o medo.