terça-feira, 29 de setembro de 2009

Primavera

A sensível gota caiu na primavera

Mas você não estava lá

Então olhando o céu chorei

Meus prantos causaram trovões

Formei um lago de lágrimas

E você querida

Estava lá

Por isso

Mergulhei buscando você

Infelizmente as águas eram profundas

Afoguei-me ao seu encontro

Agora estou só novamente

E já não é mais primavera

Maçã

Levaria um tiro por você

E mesmo assim não morreria

Só deixaria de existiria se você pedisse

Sua cruzada de pernas me atrai

A voz calma é seu melhor cartão

Se você fosse outra te amaria

Até mesmo gastaria minha fortuna

Queimaria todo meu corpo

Saltaria da mais alta ponte

E continuaria intacto para beijá-la

Mas você poderia ser mais

Porém poder não é ser

Então agora lhe dou as costas

Nego a você meus olhos

E também minha voz

Por isso escrevo essas palavras

Estas que sem dúvidas

Foram feitas para olhos e não ouvido

Sendo assim fique com essa maça

Essa fruta de sangue e pecado

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Dez Ventos

Sopre dez ventos
Esteja de ponta cabeça
Veja tudo de pernas pro ar
Sangue, veias e eu
Compreenda, agora não é somente foi
Agora não é ou foi ontem
Presente significa suspiro
Suspiro, respiração e toque
Lembre...
Lembre dos deliciosos verões
Pense, sorria e siga
Não se esqueça dos invernos
Aqueles dias frios e amargos
Reflita, chore e aprenda
Afinal, não esqueça
O futuro é um ponto de vista
Vidas são correntes
A primavera chegou querida
Anteontem as flores voltaram
Mas ao piscar de olhos elas se vão
Porém aqui não há problemas
Tudo é um ciclo natural
A cada vela
Novas experiências
Existe somente eternidade em você
Então não lamente
Deve se encantar
Encante-se e celebre a vida
A sua maneira
Do seu jeito
Sem culpa e culpados
Por fim
Verá que a vida pode ser esplêndida

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Invictus

Meu belo verão com noites quentes
Equinócio de amizade e amante
Luz e escuridão de eras iguais
Com lucidez de beijos ardentes.

Eu te conheço em nossos marços
Mas em setembro já não sei quem é
A linha não é demarcação pra nós
Mas o amor soberbo já tem fronteiras

Confesso que entenderia a Cabala
Por você me tornaria místico
Eu conheceria a Deus e o Universo.

Solstício pagão que me recordo
Sol invictus eu sei eu amo, de muito
Mas com claridade vitoriosa.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Asas Inúteis

Às vezes sorrindo muito canto,
Mas em off também sorrindo choro,
No meu canto sentindo meus prantos,
Nesse que me faz sorrir às vezes,

Sou pássaro ferido na gaiola,
Até mesmo minha água não é minha,
Criatura mutilada sem cortes,
Machucada com asas inúteis,

Moleque porque não me deixa voar?
O meu lindo canto é triste e preso,
Mas alforriado será mais belo!

Menino porque não me deixa voar?
A melodia está melancólica,
Mas no limoeiro será próspera!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Sexta

Sexta, o que dizer sobre esse dia? o sexto dia, dia em que Deus criou o homem, e não por acaso, pelo menos penso que não, sexta é um dia afrodisíaco, por que o ser humano é isso: paixão, instinto e emoção de prazer; aproveitando o dia de nossa criação, desejo que essa sexta seja de muito amor e paixão, paixão quente como o verão de Copacabana.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Eu lírico

Sou o amor, o desejo e o medo,
sou a loucura e a certeza,
sou o tudo e o nada,
sou humano e animal,
sou simples e complexo,
sou o grito e o silêncio,
sou a pessoa e a multidão,
sou a arvore e o vento,
sou o banco e a calçada,
sou a luz e a escuridão,
sou o homem e a mulher,
sou a criança e o idoso,
sou a lágrima e o sorriso,
sou o traído e o amante,
sou a bala e o alvo,
sou o pecado e purificação,
sou o céu, o inferno e o chão,
Afinal sou apenas um ponto de vista.

Sentir a...

Sentir a...
Nostalgia de minhas palavras
Ditas, escritas e escutadas
Mas todas bem aventuradas
Sentir a...
Saudade de minhas alvoradas
Lindas, cheirosas e quentes
Sem descrenças e contentes
Sentir a...
Lembrança de minhas criancices
Travessas, inocentes e felizes
Com amigos, peões e bola de gude
Sentir a...
Nostalgia de meus primeiros dentes
Leitosos, sorridentes e frágeis
Mordia maças, peras e amorosas
Sentir a...
Saudade de minha terra
Amável, pueril e simples
Nela choravas, brincavas e sonhavas
Sentir a...
Lembrança de meus amores
Extravagantes, bonitas e diferentes
Às vezes puras, impuras, mas belas mulheres.