sábado, 27 de junho de 2009

Oh dor...

Oh angústia que me entende tão bem,
Onde está quem quero encontrar?
Não chega e nem vêm nada a chegar,

Oh aflição que me é tão fiel,
Diga-me as horas e os minutos que faltam,
Nem cheiro eu sinto ou alma presente,

Oh agonia imaculada amiga,
Nada aparece no fim da estrada,
Meus prantos de nada adiantam e só me faz latejar,

Oh ansiedade de tantas estações passadas,
Eu temo não ter novamente o olhar,
Aconselhe-me agora com suas pétalas frias e quentes,

Oh amargura que me tira de mim,
Minha amiga que me coloca em um prato frio,
Nada me diz mesmo depois que lhe peço,

Oh consternação que me segue e me aconselha tão bem,
Agora no fim me abandona sozinho a espera de alguém,
Você é justa e me deu o que eu mereci por sempre me entregar a ti.

Farsa

O selo selou o coração selado,
No mais nada em meio ao nada,
Ou tudo em meio ao tudo,

Confuso entender o compreensível,
Fácil facilitar a fácil arte de viver fácil,
Não sei o que nada sabia ser
Quando fui sábio de não saber,

O selo e o nada,
O meio e o tudo,
Como o mundo e todo mundo é confuso,

Volto de onde não fui,
E voltei para onde não vim,
A dor não lateja a minha chegada
Porque eu partir antes de estar aqui,

Sendo assim, não embarace os selos,
Não misture os meios e os nadas,
Quando é o que não é somente pode existir a farsa.