quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Bela Dama


Mais uma vez lá está a bela dama,
Fraca de corpo e ausente de alma,
Sozinha a espera de alguém,

Com o rosto riscado por água salgada,
Clama palavrões para paredes pintadas de nada,
Fúria de fêmea golpeada pelo oposto,
Arrebatada pelo desencontro contínuo,

A revolta se acalma em meio ao ápice da embriagues,
Jogada ao vento pela própria benevolência,
Pouco a pouco é tomada por novas lágrimas de consternação,

O suicídio parece ser a fuga mais sensata após a ultima dose,
Tudo isso acontece pelo ingênuo fato de desejar ser amada,
Como ela sofre com suas belezas machucadas,
Está cada vez mais contaminada a espera do nada,

Após as dores mais profundas percorrerem os sete corpos,
Hipnos a contemplou com um calmo e profundo sono,
A agonia do abandono abdicou o seu lugar para os sonhos aos olhos do Pai,

A mulher apaixona e não valorizada agora está abraçada,
A proteção é majestosa em um mundo longínquo,
Ao despertar estará mais viva e sensata,
Jamais será re-enganada, ferida ou machucada,

Em meio a tantas angústias passadas,
Poderá ser novamente amada,
Sem nenhum limite para aquele que mereça encontrá-la.