quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Coma

Sinto cheiro de hospital

Mas não penso

Estou paralisado

Meu corpo é pedra

E minha mente é nula

Estou em coma profundo

E nem sei por quê

Escuto vozes

Mas de quem?

O que dizem?

Parece com a voz de um familiar

Não estou processando

Onde estou mesmo?

Não sinto medo

Nada consegue me fazer temer

Que estado estranho

Será que é uma fase da morte?

Quanto tempo eu tenho?

Será que vou despertar agora?

Talvez demore anos!

Quem sabe a vida toda!

Estou vulnerável os meus inimigos

Sou alvo morto porém vivo

Meu coma é contraditório

Porque às vezes tenho lampejos

E outras vezes nada sou

Além de um peso imóvel

Que ouve e senti odores

Mas nada faz pra se comunicar

Porém o que importa

Nada posso fazer

A não ser estar aqui

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Recordações II

Há coisas que chegam

Há coisas que vão

Mas em minha lembrança

Sempre estarão


Aqui ou ali

O velho limoeiro

E o ferro que vão

Na fumaça da linha rumo a serra serão


Não sou rei

Mas sou sábio a minha velhice

Que começou na meninice

Com gude, com pipa, com ciranda


Fui jovem

Sou velho

Serei lapide um dia

Mas também recordações de alacridades

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Aroma Imaginário

O cheiro do amor que explica a fúria da vontade, aquela intensa e selvagem vontade de sentir o calor da alma e do corpo entrelaçado da bem amada. Cheiro de Rosas ou de Jasmim, quem sabe canfora ou lírio do campo, é intenso saber que no auge de minha solidão um dia você poderá aparecer e me surpreender, sua vaidade seus cabelos de ouro e sua beleza delicada e pálida, por enquanto imagino seu cheiro, o sabor do cheiro e envolver, será que virá como uma fragrância importada do país das mais belas artes ou com algo barato e chulo, mas isso pra mim agora é o que menos importa, pois a saudade que sinto de um corpo que nunca tive e uma boca que nunca beijei é estranha e talvez fugaz, porém nesse momento de loucura poético-mental nada posso escrever além do quanto sinto falta do que ainda não sei.


Talvez em outro momento escrevesse uma bela carta, e pediria respostas com uma gata de seu perfume manchando o papel, mas hoje sou uma mutação que teme a paixão e o amor, quem sabe é uma tendência das pessoas, valorizarem o cair fora, afinal o sexo não é mais tabu, é fácil e sem compromisso, mas o amor e a paixão viraram sim uma barreira paras os corações inflamados de carência afetiva.