segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Passagem

O poeta está sem idéias,
Talvez as palavras não mais o ambicionam,
Os verbos faltam e os belos adjetivos e substantivos também se extinguiram,

O poeta está sem cobiça,
Um bardo sem letras não é nada mais que nada,
Sem inspiração ele confunde pessoas maléficas com pessoas bem aventuradas,

O poeta está sem sopro,
Não mais se entrega a poesia que tanto amava,
Falta de amor ao bem querer das belas passagens,

O poeta está morto,
Momento confuso em sua mente artisticamente complexa e abandonada,
Nada mais poderia salvá-lo a não ser um grande apego,

O poeta está desencarnado,
Acabou sua vida mundana de boêmio e inconseqüente,
Quem mais poderia conhecê-lo agora a não ser ele próprio,

O poeta está a caminho,
Depois do mal provar ele enfim inicia o despertar da fênix urbana,
As vogais se misturam as consoantes e formam a vida da ave renovada pela própria chama,

O poeta está vivo,
A escrita já é real e sua poesia tem paixão sem limites,
Tudo que sempre quis encontrou em um velho bosque a beira de um lago artificial.

O poeta está eternizado,
Tudo que faz torna único e lindo como o riso da bela dama,
Voando por toda a história do mundo em livros e bocas o poeta se torna poesia.